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Selecão

A marca Nelore JR utiliza em sua seleção características que apresentam consonância com a produção de carne eficiente e custos competitivos no Cerrado brasileiro. A principal ferramenta da Nelore JR é a genética, nós acreditamos que o melhoramento do potencial genético dos animais é a chave para aumentar a produtividade e rentabilidade da produção de bovinos. Diante disso, a Nelore JR participa do Programa de Melhoramento Genético da Raça Nelore – Programa Nelore Brasil desde 1997, com 2.500 matrizes participantes, a seleção Nelore JR é focada em fertilidade, habilidade materna, precocidade sexual, velocidade de acabamento, temperamento e na obtenção de um tipo funcional e racial. O programa de seleção engloba avaliação genética, intrarebanho e visual dos animais, sendo orientado pelo Pesquisador da Embrapa Cerrados e geneticista Dr. Cláudio Ulhoa Magnabosco.

A avaliação é permanente, durante toda a vida do animal, orientada pelas características de importância econômica, utilizando diferentes fontes de informação, recursos de informática e estatística que permite avaliação concisa, cientificamente fundamentada nos mais recentes conceitos de zootecnia e genética.

O programa de seleção tem início antes mesmo do nascimento dos animais, começa na escolha dos reprodutores e matrizes e também direcionamento dos acasalamentos, com auxílio do programa de simulação genética otimizada Max-Pag. A escolha dos pais das próximas gerações é realizada levando em consideração a avaliação genética dos animais, o coeficiente de endogamia individual e do rebanho e também a variabilidade genética.

A seleção reprodutiva é focada em dois aspectos: início e periodicidade reprodutiva. Assim, as novilhas são expostas a reprodução a partir dos 14 meses de idade, sendo selecionadas aquelas que emprenharam, apresentando precocidade sexual. Como auxílio a seleção para precocidade, utiliza-se a DEP para Probabilidade de Parto Precoce (3P), que expressa a probabilidade de um reprodutor produzir filhas que possuem a capacidade de gerar um bezerro com até 30 meses de idade, sendo assim, é capaz de indicar as fêmeas que entrarão em idade reprodutiva em idades menores, resultando em um maior número de progênies. Já as matrizes só permanecem no rebanho se desmamarem bezerros com pelo menos 220 kg e intervalo de parto menor que 450 dias, sendo eliminadas do rebanho as matrizes que permanecem vazias após a estação de monta, assim é realizada seleção para fertilidade e regularidade reprodutiva, mas também habilidade materna. Além disso, as fêmeas são avaliadas através da Stayability, definida como a habilidade da vaca em permanecer no rebanho por 72 meses, apresentando pelo menos três partos. A seleção para STAY tem alto impacto econômico, por reduzir o descarte de matrizes e também a taxa de reposição, além de aumentar o número de fêmeas na faixa etária de maior produção de leite.

Já os touros são submetidos a medições periódicas do perímetro escrotal e passam por criterioso exame andrológico, no qual os animais que apresentam baixa produção ou qualidade espermática e/ou baixa libido são descartados. É sabido que a seleção para perímetro escrotal em machos resulta também na redução da idade ao primeiro parto em fêmeas, devido a relação entre o desenvolvimento testicular e fatores hormonais que promovem desenvolvimento ovariano nas fêmeas. Desta forma, a utilização de PE como um critério torna possível a obtenção de fêmeas que entrarão na fase reprodutiva de forma precoce, com maior longevidade produtiva e maior número de progênie. Outra vantagem relacionada ao PE é a possibilidade de diagnosticar, selecionar e utilizar touros mais jovens. Assim, os dados de perímetro também são um parâmetro para identificar os touros com maior potencial reprodutivo.

A seleção para produção é baseada na velocidade de crescimento, peso corporal e no ganho em peso. Os animais são pesados ao nascer e a cada 3 meses (fevereiro, maio, agosto e novembro). Estas informações são utilizadas para ajuste de peso aos 120, 210, 365 e 450 dias de idade, a fim de possibilitar a comparação mais justa e acurada dos animais. Após ajuste dos pesos, os animais são avaliados dentro do grupo de contemporâneos e classificados, sendo que os de desempenho inferior são eliminados do rebanho. Os pesos pré e pós-desmame (P120, P210, P365 e P450) são adotados como critérios de seleção por serem medidas de fácil obtenção; apresentarem herdabilidade de média a alta, ou seja, garantem elevado progresso genético em um curto espaço de tempo; além disso, estão correlacionados de forma positiva com outras características de importância econômica. Os pesos pré-desmame demonstram a habilidade de crescimento do bezerro e assim é uma ferramenta de auxílio para tomada de decisão em relação a descarte de animais após a desmama, e também é capaz de minimizar esse descarte. Os pesos pós-desmame refletem o potencial direto de crescimento dos animais na fase que antecede o abate, de forma que impacta diretamente na remuneração do produtor.

Associado a características genéticas, adotou-se avaliação funcional e de temperamento como critérios adicionais de seleção da Nelore JR, assim utiliza-se também o olho humano como uma ferramenta de avaliação e seleção animal, considerados fundamentais pelo Dr. Júlio Bernardes. Em relação ao tipo funcional, os animais são avaliados quanto as características raciais, sendo observadas a pelagem, a pigmentação da pele e as mucosas, e a ausência de defeitos na cabeça, como desvio de chanfro e articulação dos maxilares. O tipo racial é um distintivo comercial forte e tem valor de mercado, o que, por si só, justifica sua inclusão em um programa de seleção.

Outro critério funcional é a musculosidade, no qual são avaliados a massa muscular presente no animal, além do desenvolvimento, volume e comprimento das mesmas. Através deste critério, também é possível identificar animais com maior precocidade de acabamento e rendimento de carcaça. Animais mais musculosos e com os músculos bem distribuídos pelo corpo, além de pesarem mais na balança, apresentam melhor rendimento e qualidade da carcaça.

Para estrutura são avaliados a profundidade de costelas e comprimento corporal, assim demonstra os limites em deposição muscular, estando também relacionado a rendimento de carcaça. Para precocidade é avaliado a capacidade do indivíduo em depositar gordura de cobertura mais precocemente, sendo desejável animais com maior profundidade de costela em relação à altura dos membros.

Avalia-se também, nas fêmeas a conformação do aparelho mamário, buscando fêmeas com tetas de tamanho médio, cônicas e simétricas. Fêmeas com essas características têm menos risco de ferimentos, além de desmamar bezerros mais pesados, pois eles não terão dificuldades para amamentação devido ao tamanho adequado do aparelho mamário, e também úbere bem desenvolvido garante maior quantidade de leite para as crias. Assim, a avaliação visual permite uma leitura crítica dos tipos biológicos e a escolha dos animais que atendam, além dos critérios Nelore JR, os desejos do mercado consumidor.

Os animais são constantemente manejados, passando por pesagens, medições diretas e indiretas, para realização de controle produtivo e reprodutivo. Assim, animais nervosos ou reativos seria um risco tanto para aqueles que com eles trabalham quanto para os próprios animais, gerando custos adicionais ao sistema de produção, em função de necessidade de mais mão-de-obra, maior tempo despendido com manejo, manutenção da infraestrutura, formação de lotes heterogêneos, perda de rendimento e qualidade de carne, entre outros problemas. Por isso, a Nelore JR busca animais mais calmos e mansos, visto que resulta em melhor desempenho, maior adaptabilidade e menor custo de produção. A grande preocupação do selecionador Dr. Júlio Bernardes foi conhecer o comportamento dos animais e também as reações a determinadas situações, adaptando o manejo a esses animais, e realizando descarte daqueles que eram naturalmente mais reativos. Outro benefício advindo da seleção para temperamento é o maior bem-estar dos animais, preocupação não só da Nelore JR, mas de toda cadeia pecuária.

Utilizando recursos de informática, a Nelore JR faz a junção sistemática destas informações e com base nisto, os animais são selecionados ou descartados, permanecendo no rebanho apenas os que apresentam os melhores desempenhos produtivos e reprodutivos e com excelente avaliação visual e padrão racial.

Como forma de otimizar a seleção, a Nelore JR inova com a utilização de um índice bioeconômico para seleção dos animais. A partir de projeto de pesquisa, realizado em parceria com a Embrapa, UFG e ANCP, a Nelore JR avaliou quais as características que apresentam maior impacto econômico e geram maior receita, refletindo diretamente nos índices zootécnicos da propriedade. Após a identificação destas características, foi desenvolvido um índice que engloba as mesmas, sendo ponderado pela importância econômica de cada uma. O índice bioeconômico JR é composto em 28% pelas DEPs de velocidade de crescimento e carcaça, 18% pelas DEPs de precocidade e fertilidade e 54% p­ela DEP de longevidade reprodutiva.

Através deste índice, os animais são ranqueados e as melhores matrizes são utilizadas como doadoras e os touros passam pela coleta de sêmen para utilização na inseminação artificial. Assim, o potencial genético superior é rapidamente multiplicado. Os melhores animais no Índice Nelore JR (IJR) são animais equilibrados para ganho em peso, velocidade de crescimento, perímetro escrotal, idade ao primeiro parto, stayability (longevidade e capacidade reprodutiva, habilidade maternal e precocidade sexual) e área de olho de lombo. Além disso, os animais inferiores são descartados, sendo empregado grande intensidade de seleção, o que resulta em expressivo progresso genético.